Viseu reclama uma e não “meia autoestrada” para Coimbra

Agosto 1, 2017 | Região

Face às recentes iniciativas do Governo e da Infraestruturas de Portugal no dossier da nova ligação rodoviária Viseu – Coimbra, o presidente da Câmara Municipal de Viseu, Almeida Henriques, já veio a terreiro denunciar que a exclusão de Viseu no projecto previsto pelo actual Governo “não resolve verdadeiramente o problema da ausência de uma infraestrutura segura e rápida em alternativa ao IP3, nem contribui para a coesão territorial da região e do país.

A reacção do autarca, já tornada pública, surge na sequência de uma audiência que solicitou à Infraestruturas de Portugal, na qual o Município de Viseu foi informado da existência dois traçados alternativos à nova ligação rodoviária Viseu – Coimbra: uma a norte e outra a sul de Coimbra. Em ambos os casos, o projeto prevê uma ligação do IC12 em Santa Comba Dão à A13, até Ceira, a sul de Coimbra, ou por norte a Coimbra e daqui até Ceira, através de uma nova variante.

“Meia solução não é, não será nunca, uma solução”, sublinha, em comunicado, Almeida Henriques, para quem aquela “pseudo-ligação”, a concretizar-se, deixa Viseu a uma distância de 40 quilómetros da futura auto-estrada.

“Em troca da «Via dos Duques», o Governo teve a iniciativa de lançar novos estudos. Estudos que, desaproveitando o consenso regional obtido, tão pouco têm envolvido em diálogo aberto os municípios da região. Pior do que isso é que, por vez de um verdadeiro projeto de ligação regional, o que está a ser projetada é uma meia auto-estrada, uma meia ligação que exclui Viseu, cidade e região, a sua economia e a sua população”, contesta Almeida Henriques.

Segundo o autarca, e independentemente das vantagens de uma ou outra opção tomada pelo actual Governo, “na prática, este estudo projeta apenas meia auto-estrada. Isto é, um traçado parcial, incompleto, que liga Santa Comba Dão a Coimbra, mas esquece a ligação a Viseu e ao IC12 (…) e decalca a solução já antes pensada para a Via Duques”.

“O fecho do IC12 entre Canas de Senhorim e Mangualde, a construção do IC37 (entre Viseu e Nelas) e a ligação ao IP5 (Mangualde), constituem nesta fase, segundo os dados conhecidos, uma eventualidade postergada num futuro sem calendário, a estudar, e sobre a qual não se conhecem quaisquer planos concretos”, conclui Almeida Henriques, para quem o Município de Viseu “não se conformará com esta exclusão praticada pelo Estado Central e pugnará, juntamente com atores económicos e população, por uma alteração que reponha e faça justiça ao concelho e à região”.

 

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