O primeiro Festival Literário de Viseu, «Tinto no Branco», a realizar entre 4 e 6 de Dezembro, no Solar do Vinho do Dão, quer pôr à prova o potencial de Viseu como cidade vinhateira e de cultura. E confirmar o capital de atractividade turística que, da simbiose entre livros e vinho, pode resultar para esta região durante os 365 dias do ano.
O evento, inédito a nível nacional na associação dos vinhos à leitura, tem assegurada a presença de duas dezenas e meia de escritores, entre os quais os viseenses João Luís Oliva e António Gil. “O festival literário dá continuidade à aposta de Viseu como cidade vinhateira, mas é também um factor de dinamização cultural e de atractividade turística diferenciadora, no pico do Inverno na Beira Alta”, afirma Almeida Henriques, presidente do Município, para quem passa a ser possível “usar as pantufas à lareira, mas fora de casa”.
O festival de literatura associado ao vinho, inédito a nível nacional, integra-se e é âncora de um evento mais amplo, já realizado em 2014, «Vinhos de Inverno», que promete revelar os aromas dos vinhos do Dão, não apenas no Solar que tem o seu nome, mas em qualquer um dos muitos solares das quintas desta região vinhateira.
Serão três dias de tertúlia. Três dias a degustar vinhos e produtos regionais, a falar de livros e dos seus autores, à volta das diversas lareiras do Solar do Vinho do Dão. Aquilino Ribeiro será o centro de muitas das conversas. Logo no primeiro dia, 4 de Dezembro, a partir das 21,30 horas, o autor de Terras do Demo dará o mote: “O pior dos crimes é produzir vinho mau, engarrafá-lo e servi-lo aos amigos”. Francisco Luís Viegas dará «corda» à conversa. A palavra do mestre, e de outros autores, pretextarão novas incursões na literatura por parte de nomes como Afonso Cruz, Rui Cardoso Martins, Fernando Dacosta e Joel Neto, entre muitos outros.
No sábado, a partir das 16 horas, o chef Hélio Loureiro falará de «A ínclita refeição». Segue-se um workshop vínico com Luís Costa. No domingo, destaque-se o passeio pela cidade sob o tema «A história com estórias» que terá Deana Barroqueiro como convidada.
Aquilino abre e fecha o festival, domingo, dia 6 de Dezembro, às 17 horas, após vários eventos em que a sua personagem e a sua obra foram evocados, desta feita com Bruno Vieira Amaral a esmiuçar o autor a partir do excerto “Em verdade o Português nunca aprendeu outra coisa que não fosse rezar”.
Ao longo dos três dias de “Tinto no Branco”, um leque diversificado de outras propostas promete um fim de semana diferente para viseenses e visitantes. «Poesia no quarto escuro», «Contos, lendas e facécias do vinho», «Blind date literário», «Dão Party», atelieres infantis e jogo do ciclo do vinho.
Todos quantos se desloquem ao Solar do Vinho do Dão, por aqueles dias, terão ainda a oportunidade de percorrer os espaços de provas de vinhos, comprar, e contactar com produtores e enólogos da Região Demarcada do Vinho do Dão. Néctares que poderão ser acompanhados com o que de melhor se faz ao nível da gastronomia beirã.
Para Almeida Henriques, presidente da Câmara Municipal de Viseu, «Tinto no Branco» “quer demonstrar como, na cidade do Dão, os livros e as conversas combinam na perfeição com os néctares da região e os encantos do frio”.
«Vinhos de Inverno» é uma das três iniciativas que o município promove, ao longo do ano, ligadas aos vinhos e a Viseu como cidade vinhateira. As outras duas acontecem na Primavera e nas Vindimas.