Câmara de frio vai triplicar rendimento da maçã Bravo de Esmolfe

Outubro 2, 2016 | Economia

A Câmara de Penalva do Castelo está a trabalhar no projecto de construção e instalação de uma câmara de frio. O equipamento, a implantar no perímetro do concelho, será alvo, em Novembro próximo, de uma candidatura a fundos comunitários dinamizada pelo Município. O investimento, na ordem dos 300 mil euros, quer constituir-se como alternativa para os produtores de maçã, que até agora entregavam toda a produção a uma cooperativa, sujeitando-se aos preços correntes de aquisição, na ordem dos 50 cêntimos por quilo.

O presidente da Câmara de Penalva do Castelo, Francisco Carvalho, acredita que com a entrada em funcionamento da câmara de frio – já a partir da produção de 2017 -, os produtores da maçã Bravo de Esmolfe irão ganhar um novo fôlego e a possibilidade de ver reconhecido o esforço do seu trabalho.

“Em vez de venderem a maçã a um preço que ronda os 50 cêntimos o quilo, como acontece agora,  a partir de Março de cada ano, quando a procura apertar, poderão ver esse valor triplicado e vendê-la facilmente a um euro e meio o quilo”, vaticina Francisco Carvalho.

A construção da câmara de frio vem dar resposta a um problema que é há muito sentido pelos produtores de maçã. Que se queixam, desde sempre, de vender a maçã ao preço da chuva, em média a 50 cêntimos o quilo, para mais tarde a verem nos mercados de todo o país a ser comercializada a vários euros o quilo.

Além de pôr em marcha o projecto, o município prontifica-se a assumir os custos de contexto da nova câmara de frio, nomeadamente o pagamento da conta da electricidade. “É um esforço que iremos assumir em prol do desenvolvimento do nosso concelho e do bem estar das nossas gentes”, enfatiza o autarca.

Penalva do Castelo assegura uma produção média anual de 50 toneladas de maçã Bravo de Esmolfe. As condições climatéricas, mais ou menos adversas, ditam o sucesso de cada campanha produtiva. Este ano, por exemplo, o autarca reconhece que o tempo não foi muito favorável, estimando os produtores que possa acontecer uma quebra na ordem dos 25%.

Porque a maturação da maçã se atrasou, num ano considerado atípico, a pedido dos produtores ao município decidiu adiar para 16 de Outubro (domingo), uma semana para lá do que é habitual, a realização da Feira da Maçã. O evento voltará a ocupar o Centro de Exposições de Esmolfe, em Penalva do Castelo, considerado o berço deste apreciado fruto. São esperados no certame três dezenas de produtores.

Apesar das dificuldades decorrentes da quebra da produção, Francisco Carvalho assegura que os produtores do seu concelho não desistem, mesmo que muitos eles tenham de recorrer a algumas poupanças . “O produtor de Penalva do Castelo é persistente e não desanima à primeira contrariedade”, assevera.

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