Viseu: Grão Vasco é Museu Nacional

Março 15, 2015 | Cultura

A culminar um processo iniciado há cerca de oito meses, Viseu entrou, finalmente, no grupo restrito de cidades que se orgulham de ter um Museu Nacional, o que até agora só acontecia com Lisboa, Porto e Coimbra. O descerramento da placa no edifício com a inscrição «Museu Nacional Grão Vasco» deverá acontecer até finais deste mês ou início de Abril, com a presença do secretário de Estado Jorge Barreto Xavier.

A elevação do Grão Vasco ao estatuto de museu nacional, a um ano de comemorar o centenário, foi garantida por Jorge Barreto Xavier ao presidente da Câmara Municipal de Viseu. “O compromisso do secretário de Estado está assumido”, confirmouo presidente da Câmara, Almeida Henriques, apesar de na altura ainda não ser conhecido o parecer (não vinculativo), do Conselho Nacional da Cultura.

Em conferência de imprensa conjunta com o director do Museu do Grão Vasco, Almeida Henriques destacou a qualidade da propostade elevação a museu nacional apresentada por Agostinho Ribeiro, que teve, “desde a primeira hora, o apoio e acompanhamento incondicional” da Autarquia.

“Felicito o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, pela decisão e pelo bom acolhimento da proposta e do desejo manifestado pelo Município”, afirmou Almeida Henriques. “Esta elevação representa o reconhecimento nacional do valor cultural excepcional do Museu Grão Vasco, e é um grande trunfo para a sua afirmação e para a promoção cultural e turística da cidade de Viseu”, acrescentou o autarca, que vê nesta decisão uma “grande oportunidade de internacionalização do Museu”.

Para o director do Grão Vasco, Agostinho Ribeiro, o novo estatuto do Museu constitui para o Município e para a toda a sociedade viseense “uma reposição de justiça ao seu valor e acervo, tendo em conta o seu património com tesouros nacionais, o pintor que lhe está associado,e a sua profundidade histórica.

“Conseguimos, em tempo ágil, alcançar uma designação inédita na história da museologia em Portugal. É um desígnio integrado no centro histórico de Viseu, e vale, sobretudo, por uma titularidade (museu nacional) que lhe traz maior projecção, quer em termos nacionais, quer internacionais”, reconhece Agostinho Ribeiro, que cita, a propósito, o que escreveu Aquilino Ribeiro em 1937: “O que é o Museu Grão Vasco? O Museu Grão Vasco não é Viseu, não é a Beira. É Portugal. Mais que Portugal é o mundo, pois que a arte tem feição ecuménica. Regional é-o apenas no rótulo que oficialmente lhe deram”.

Com um total de 80.241 visitantes registados em 2014, a colecção principal do Museu Grão Vascoé constituída por um conjunto notável de pinturas de retábulo, provenientes da catedral, de igrejas da região e de depósitos de outros museus, da autoria de Vasco Fernandes (Grão Vasco), de colaboradores e contemporâneos.

Segundo a Direção-Geral do Património Cultural, o acervo do Museu inclui ainda objetos e suportes figurativos originalmente destinados a práticas litúrgicas (pintura, escultura, ourivesaria e marfins, do Românico ao Barroco), maioritariamente provenientes da catedral e de igrejas da região, a que acrescem peças de arqueologia, uma coleção importante de pintura portuguesa dos séculos XIX e XX, exemplares de faiança portuguesa, porcelana oriental e mobiliário”, acrescenta.

 

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