Certificação chega aos estanhos artísticos de Bodiosa (Viseu)

Fevereiro 18, 2021 | Economia

Aprovados pela comissão consultiva para a Certificação de Produções Artesanais Tradicionais (CCCPAT) para a inclusão no Registo Nacional de Produções Artesanais Tradicionais Certificadas, os Estanhos Artísticos de Bodiosa são o primeiro produto artesanal, no concelho de Viseu, a obter a Certificação.

Na calha estão agora outros processos de certificação, para os quais o Município de Viseu espera o mesmo desfecho. São os casos do Linho de Várzea de Calde e da Flor dos Namorados de Fragosela, estando ainda em fase de avaliação as Rendas de Bilros de Farminhão, para além de alguns produtos alimentares.

Os Estanhos Artísticos de Bodiosa contam com uma história de 70 a 80 anos nesta sua dimensão de produção artesanal e de produção de artesanato, mas os estanhos têm uma presença secular, que remonta praticamente ao final da Idade Média no concelho de Viseu.

“Este é um momento importante, já que temos oficialmente o primeiro produto artesanal de Viseu certificado. Com este feito queremos salvaguardar o nosso património, a nossa história, mas ao mesmo tempo valorizar um produto único do nosso concelho”, congratulou-se, em conferência de imprensa, o presidente da Câmara Municipal, António Almeida Henriques, para quem o trabalho levado a cabo pelas equipas do município de Viseu, em articulação com os artesãos, “trará enormes mais-valias para a projeção dos produtos do concelho”.

Com um “processo mais complexo e que poderá ainda ter que passar pela qualificação de receitas tradicionais, estão os produtos alimentares como os viriatos, as castanhas de ovos, os pastéis de feijão, o rancho à moda de Viseu, a broa de Vildemoinhos, o pão de São Bento e o pão de Santos Evos, reconhece Almeida Henriques.

O autarca sublinha “a relação estreita” dos artesãos de Bodiosa“ com a produção artesanal em estanho devido à existência de minas na freguesia e localidades circundantes, onde o estanho era extraído, e à presença da separadora Sociedade Mineira do Paiva, que procedia à separação e tratamento do minério. “Estes dois fatores permitiram desenvolver a fileira da manipulação do estanho de forma contínua, esse trabalho existe pelo menos desde 1940 e veio a ganhar uma especialidade na dimensão artística com a decadência da exploração mineira que encerrou na década de 1980”.

Actualmente, existem em Bodiosa, duas empresas familiares associadas e especializadas na produção de peças artísticas e decorativas em Estanho.

(Foto: José Alfredo)

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