Planalto Beirão investe 3.5 milhões de euros na recolha de bioresíduos

Março 21, 2025 | Actualidade

Apresentado em Tondela, onde vai arrancar numa primeira fase, a Associação de Municípios da Região do Planalto Beirão (AMRPB) vai implementar, ainda ao longo do primeiro semestre deste ano, o serviço de recolha seletiva porta-a-porta de bioresíduos alimentares no território abrangido pelos 19 municípios abrangidos pela Associação. Financiado por fundos europeus, o investimento global ronda os 3,5 milhões de euros.

“Trata-se de um novo serviço de gestão de resíduos urbanos, no portefólio do serviço público proporcionado por esta Associação de Municípios, na qualidade de entidade gestora em baixa dos resíduos urbanos produzidos neste território”, adiantou José Portela, secretário-executivo da AMRPB.

O projeto “Sou resto mais ainda presto”, vai para o terreno, numa primeira fase em Tondela, sendo depois alargado aos 18 municípios que integram o Planalto Beirão. No total, serão abrangidos em todo o território da AMRPB, 930 habitações e 838 estabelecimentos. Estima-se que, quando em velocidade cruzeiro, “o projeto vai permitir desviar de aterro 2.813 toneladas de biorresíduos alimentares, que após a devida valorização poderão até ser utilizados na produção de eletricidade”, sublinhou José Portela, para quem a adesão dos utilizadores é fundamental para o sucesso de todas estas ações. “Sem essa adesão, estaremos a desperdiçar recursos”, apelou o responsável.

Segundo José Portela, “40% dos resíduos produzidos diariamente têm uma condição biodegradável, sendo a maior parte deles resíduos alimentares, e devem ser olhados de maneira diferente e encaminhados para um circuito diferenciado”. Para concluir que, com este projeto, vamos poder separar cerca de três mil toneladas de biorresíduos e encaminhá-los, através deste novo circuito, para tratamento”.

No total dos 19 concelhos, estão previstas 227.448 recolhas, sendo 2.615 de utilizadores não-domésticos e 199 de utilizadores domésticos.

Segundo dados da tabela da projeção anual de recolha de biorresíduos, para o total das 2.813 toneladas contribuem sobretudo os concelhos de Viseu (741), Seia (196), Tondela (184), Mangualde e Oliveira do Hospital (176 cada) e São Pedro do Sul (163).

Sobre os incentivos a aplicar aos utilizadores domésticos (habitações) e não domésticos (cafés, restaurantes e cantinas escolares, entre outros), José Portela sublinha que “enquanto se mantiver a cobrança do serviço de gestão de resíduos urbanos indexada ao consumo de água, se decida e se aplique uma tarifa bonificada aos aderentes do projeto, preferencialmente através da aplicação de um desconto em percentagem, sob a forma de tarifa variável”.

Os caixotes dos produtores domésticos serão despejados três vezes por semana e os dos não domésticos duas. Cada utilizador terá de deixar à porta o seu contentor nos dias em que haverá recolha. “Cada contentor entregue terá um identificador próprio que permitirá monitorizar a adesão dos utilizadores”, explica José Portela.

PROJETO VAI “MUDAR PARADIGMA” DA RECOLHA

“Estamos a falar de um projeto que vai mudar o paradigma da recolha e seleção dos resíduos”, reconhece a presidente da Câmara Municipal de Tondela, Carla Antunes Borges, concelho que, nesta primeira fase de implementação, deverá desviar do aterro cerca de 200 toneladas de resíduos bioalimentares, produzidos por 50 produtores não domésticos e 130 domésticos.

“Tondela é o único município do Planalto Beirão que tem três áreas distintas nos domésticos, os outros municípios terão uma ou duas, mas em Tondela temos três zonas de recolha seletiva”, justificou, a autarca, acrescentando que, “se for um sucesso, este projeto piloto será alargado a mais áreas do território”. Um alargamento que segundo José Portela será feito sempre no eixo Tondela – Viseu.

Além da oferta dos contentores, o projeto será acompanhado de ações de sensibilização junto dos utilizadores e da comunidade em geral e de uma campanha de comunicação por forma a incentivar a separação dos biorresíduos alimentares. Estas ações vão ser desenvolvidas com o apoio do Fundo Ambiental que aprovou recentemente uma candidatura apresentada pelo Município de Tondela.

Carla Antunes Borges salientou que “este projeto é fundamental não só para melhorar a qualidade de vida da população, mas também a sustentabilidade ambiental do nosso território”.

 

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