ETAR Viseu Sul em funcionamento pleno a partir de Abril de 2016

Dezembro 3, 2015 | Região

É a maior obra ambiental financiada por fundos comunitários até agora lançada e concretizada no concelho e na região de Viseu. Consignada em Janeiro de 2014, a empreitada de execução da «ETAR Viseu Sul», localizada na União de Freguesias de Vila Chã de Sá e Faíl, vai ficar concluída até ao final deste mês de Novembro. O equipamento, de 32 milhões de euros, e com capacidade para receber e tratar, no mínimo, 12 milhões de litros por dia, deverá entrar em funcionamento pleno a partir de Abril de 2016. Servirá 90 mil utilizadores domésticos e industriais (70 por cento da população) pelo período de 40 anos, assegurando, com recurso a tecnologia inovadora de filtração por membranas, um tratamento e reutilização de efluentes tratados, nomeadamente para limpeza e rega de zonas verdes e de solos agrícolas.

A poucos dias da conclusão, o presidente da Câmara Municipal de Viseu, Almeida Henriques, promoveu uma visita às obras ainda em curso, garantindo aos jornalistas que a inauguração do equipamento só será concretizada quando este estiver em “funcionamento pleno”. O que deverá acontecer a partir de Abril do próximo ano. “Agora, vamos entrar numa fase de testes. Depois disso, e durante um ano, esta ETAR vai ser operada com o auxílio das pessoas que a construíram”, explicou o autarca.

Na construção da ETAR Viseu Sul estiveram envolvidos, segundo números confirmados pela Câmara Municipal de Viseu, cerca de 600 trabalhadores de 90 empresas. Em velocidade cruzeiro, o tratamento das águas residuais será então assegurado por 18 pessoas, em três turnos de oito horas, entre operadores, técnicos e diretor da exploração.

No local, Almeida Henriques reconheceu o “grande esforço” da autarquia, dos consórcios, dos subempreiteiros e do pessoal técnico, que permitiu concluir “uma obra com esta dimensão e complexidade no prazo de dois anos e, desta forma, aproveitar os 85 por cento de fundos comunitários atribuídos”. No total, foram removidos 100 mil metros cúbicos de terra e rocha, utilizadas 30 toneladas de explosivos e enterrados 20 mil metros de tubagens.

Com a entrada em funcionamento da ETAR Viseu Sul, serão desactivadas as estações de tratamento de São Salvador e Teivas, bem como as “mais críticas – algumas delas já nem cumpririam as normas ambientais comunitárias” – de Ribeira de Mide, Vila Chã de Sá, Póvoa de Sobrinhos, Repeses, Ranhados e Parque Industrial de Coimbrões. Uma operação, a decorrer entre Março e Junho do próximo ano, que representa um investimento de mais de um milhão de euros.

Ao nível da tecnologia aplicada, a ETAR Viseu Sul, já com 10 por cento da energia consumida a ser garantida por um sistema fotovoltaico, é um equipamento inovador a nível nacional. Almeida Henriques fala mesmo de um “tratamento de lamas actualizado único no país” com recurso a tecnologia de ponta, e Gonçalo Pedraz Yanés, director da obra confirma que em Espanha apenas existem “cinco a seis” com a mesma capacidade. “Depois de tratada, através de filtração por membranas, teremos uma água cristalina e muito depurada, de difícil distinção em relação à água potável”, acrescentou o técnico.

Carlos Tomás, director delegado do SMAS – Águas de Viseu, explicou que as lamas podem ser reutilizadas para a produção de adubos, e as águas que serão lançadas ao rio Pavia aproveitadas para rega de solos agrícolas e limpeza de ruas”. Embora esteja previsto que a média diária de tratamento será de 12 milhões de litros de águas residuais, o equivalente à capacidade de doze piscinas olímpicas, a ETAR Viseu Sul está equipada para tratar até 30 milhões de litros.

Em pleno funcionamento, a ETAR Viseu Sul cumprirá também “objectivos científicos e pedagógicos para professores, alunos e toda a comunidade, nomeadamente através da organização de visitas guiadas”, anunciou Almeida

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