Caminhada da Azu contra a poluição na Ribeira da Pantanha

Maio 20, 2013 | Região

No passado domingo, dia 12 de Maio, a associação AZU – Ambiente em Zonas Uraníferas, promoveu uma caminhada pelo ambiente, contra a poluição da Ribeira da Pantanha, um curso de água que desagua no Rio Mondego, contaminada por efluentes residuais industriais da Borgstena, uma fábrica de estofos de automóveis que já foi condenada a pagar coimas pelo Ministério do Ambiente, com quem a AZU tem vindo  a tratar deste assunto ao longo dos últimos cinco anos.

As denúncias e a luta da AZU já levaram a empresa alemã a substituir a empresa responsável pelo tratamento dos resíduos, a investir em novos filtros, a realizar obras na ETAR e a adquirir novas bombas para circulação das águas residuais. Também a Câmara Municipal de Nelas se comprometeu a partilhar responsabilidades, com a construção da ETAR para tratamento final dos efluentes residuais. A autarquia investiu 150 mil euros em 6 tanques de decantação, com gravilha, brita e carvão activado, mas ou por erros de cálculo ou por dados errados fornecidas pela empresa sobre o caudal de efluentes, a verdade é que o sistema não funciona, como pudemos comprovar, in loco, na caminhada guiada e comentada pela engenheira do ambiente Joana Travessas, dirigente da AZU, com as mais de três dezenas de participantes a testemunhar o cheiro pestilento dos efluentes que transvazam dos tanques subdimensionados.

De referir que a AZU tentou sem êxito obter o projecto dos tanques de decantação, oferecendo a sua cooperação construtiva, o que não obteve qualquer eco por parte da Câmara Municipal de Nelas, que optou por insultar os ambientalistas, acusando-os de terrorismo contra os interesses turísticos do concelho.

A caminhada passou pela Barragem do Valinhos, onde o Estado gastou 500 mil euros no âmbito do projecto de despoluição e recuperação ambiental das Minas de urânio da Urgeiriça, num total de 10 milhões de euros, onde se encontra bem visível a inutilização deste esforço pela poluição da Ribeira da Pantanha.

António Minhoto, presidente da AZU, no termo da caminhada, nas Caldas da Felgueira, junto a uma queda de água num local aprazível, mas abandonado pela incúria autárquica, reafirmou a determinação de, perante este crime ambiental para a flora, fauna, agricultura e para os cursos de água que vão desaguar no rio Mondego, responsabilizar a Câmara Municipal de Nelas pelos danos para o concelho, junto do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, da Agência Portuguesa do Ambiente e do Comissário Europeu do Ambiente.

Associação Olho Vivo – Viseu

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