Seis toneladas de queijo estarão à venda na XXVI Feira do Pastor e do Queijo de Penalva do Castelo que se realiza, a 11 e 12 de Fevereiro, neste concelho da Região Demarcada do Queijo Serra da Estrela. Pelo segundo ano consecutivo em formato fim de semana, o que auspicia “casa cheia”, o concelho prepara-se para prestigiar um dos produtos endógenos que, juntamente com o Vinho do Dão e a Maçã Bravo de Esmolfe, constituem e se afirmam como trilogia de excelência.
“A actividade queijeira é subsidiária da economia familiar. As famílias não vivem exclusivamente do rendimento potencial desta produção. Mas não há dúvida que o queijo, e tudo o que gira à sua volta, constituem uma alavanca turística. E isso é muito relevante”, diz Francisco Carvalho, presidente da Câmara Municipal de Penalva do Castelo.
A decisão, tomada em 2016, de realizar o certame durante dois dias, e não um como era tradição, afigura-se cada vez mais uma “aposta ganha”. “Normalmente a Feira do Queijo atraía um milhar de pessoas. No ano passado, nos dois dias, sábado e domingo, tivemos à volta de 10 mil. Este figurino trouxe mais público, mais expositores e mais vendedores. Fazem mais negócio num ano, que antes em quatro anos juntos”, considera o autarca.
Francisco Carvalho realça a “importância” da promoção que os media fazem deste evento, de uma forma geral, mas considera decisivo o papel das televisões ao dedicarem-lhe algumas horas da respectiva programação. “É o quarto ano que a RTP e a SIC fazem uma cobertura intensiva. Estão a falar de Penalva do Castelo durante seis horas. Isso dá a conhecer o concelho, atrai turistas e ajuda ao desenvolvimento das outras actividades. É um investimento barato perante o retorno efectivo para o nosso território”, explica.
O autarca defende que mais importante que a venda de queijo é a divulgação e a promoção. “O cliente leva a referência das queijarias e faz as suas encomendas. Com este modelo, colocamos a feira de Penalva do Castelo no mapa das feiras do queijo da Serra da Estrela. Havia gente no país que desconhecia que tínhamos queijo Serra da Estrela. O concelho era sobretudo conhecido pela produção de Vinho do Dão. A divulgação no espaço televisivo foi determinante”.
Na presente edição, o certame espera receber três dezenas de pastores e queijeiras que irão estar presentes com mais de seis toneladas de queijo. Um produto de excelência que deverá atingir preços de venda na ordem dos 15 a 20 euros o quilo. “Além disso, nos dois dias de feira teremos provas gratuitas, para convidados e público em geral, uma oportunidade para que quem nos visita, tire as suas próprias conclusões a propósito da qualidade do nosso queijo”, sustenta o presidente do município.
Penalva do Castelo tem três dezenas de produtores de queijo, duas a três mil cabeças de gado ovino, quatro queijarias certificadas e duas a funcionarem legalmente. Há umas cinco famílias a viverem exclusivamente da pastorícia e da produção de queijo. O Município afirma-se disponível para apoiar o sector. Chegou mesmo a pensar na construção de uma queijaria municipal, mas o projecto esfriou, embora possa a qualquer altura ser retomado. “Vamos apostar na câmara de refrigeração para a maçã Bravo de Esmolfe (a candidatura ao Portugal 2020 termina em Fevereiro) embora fique lá o espaço para uma queijaria municipal e para uma zona de enchidos, projectos que a qualquer momento podem ser retomados”, enfatiza Francisco Carvalho.
O certame que assinala os 26 anos da Feira do Pastor e do Queijo de Penalva do Castelo arranca às 10 horas do di 11 de Fevereiro. Durante a manhã haverá uma prova de queijo e a actuação de grupos de música popular do concelho. A tarde, entre as 14 enastrada 20 horas, será totalmente preenchida pelo programa televisivo “Aqui Portugal” da RTP. No domingo há nova prova de queijo, de manhã, e à tarde música com Augusto Canário & Amigos. Os festejos decorrem na Praça Magalhães Coutinho.