Festival de Música de Viseu rivaliza com Lisboa e Porto

Abril 11, 2018 | Cultura

“Qualidade, diversidade, criação e internacional”. Estes são alguns dos pergaminhos que, nas palavras de José Carlos Sousa, director artístico do Conservatório, caracterizam o Festival Internacional de Música da Primavera de Viseu, “um dos eventos de grande relevância cultural da nossa cidade, e que se afirma já como um dos principais festivais de música erudita do país”.

“Pelo seu equilíbrio, este é hoje o melhor Festival do género do país, fora de Lisboa e Porto”, reconhece também o presidente da Câmara Municipal de Viseu, Almeida Henriques, que sublinha a “preocupação com a pedagogia musical, ao levar a música a lugares tão diversos como as escolas, os lares ou o estabelecimento prisional, o que espelha a vertente inclusiva que está na génese deste Festival”.

Organizado pelo Conservatório Regional de Música, o 11º Festival de Música da Primavera de Viseu, que decorre até 28 de Abril em vários espaços da cidade, tem como padrinho Mário Laginha. Um desafio que o pianista aceitou, por reconhecer que “este é verdadeiramente um bom festival, que procura vários públicos e tem a vertente educacional”. Juntamente com Pedro Burmester, com quem trabalha há mais de 20 anos, Laginha dará um concerto este sábado, dia 7, no Teatro Viriato. “Eu estou lá. Mas mesmo que não estivesse, o festival continua a ser maravilhoso e é uma honra estar”, afirma o pianista.

O Festival Internacional de Música da Primavera arranca já amanhã, com o concerto da Orquestra Filarmónica das Beiras e do Quarteto de Guitarras de Viseu, na Igreja Nova. O programa inclui 18 concertos, que têm como palcos o Teatro Viriato, o Museu Nacional Grão Vasco, a Sé, Câmara Municipal, Fórum, Hotel Grão Vasco, Clube de Viseu, igrejas, Instituto Politécnico e Pavilhão Multiusos.

Com enfoque importante na música de câmara, o público poderá desfrutar de concertos que associam a música antiga à contemporânea, instrumental, solistas, orquestral, coral sinfónica, música elaborada e / ou executada com computador, e até a apresentação de uma ópera cómica. Destaque para a estreia mundial de sete obras, quatro delas expressamente encomendadas para o Festival de Música da Primavera de Viseu.

Para José Carlos Sousa, a formação de públicos “continua a ser uma vontade do festival, que chegará em forma de concertos pedagógicos a centenas de crianças do 1º ciclo da cidade, instituições que trabalham com pessoas portadoras de deficiência, lares da 3ª idade, estabelecimento prisional, Hospital e outras instituições.

“Enquanto escola de música, o festival tem várias vertentes bastante importantes O investimento que fazemos não é só nos concertos para o grande público, nos quais vamos trazer grandes músicos a Viseu”, acrescenta o diretor artístico do festival. Que sublinha ainda a preocupação de envolver os alunos do Conservatório de Viseu, depois da realização de um concurso interno de instrumentistas. Os laureados vão dar um concerto no dia 15, no Fórum Viseu.

Ao longo dos 22 dias de programação, vão realizar-se oito workshops e masterclasses, com nomes como João Paulo Janeiro (órgão), Mário Teixeira (percussão), João Mendes (violino), Ricardo Mota (violoncelo), Monica Streitová (flauta), Pedro Rodrigues, Dejan Ivanovic, Odair Assad, Sérgio Assad e Françoise-Emmanuelle Denis (guitarra).

O festival completa-se ainda com o 11º Concurso de Instrumentistas do Conservatório, que inclui diversas masterclasses realizadas por grandes mestres da cena nacional e internacional. “É um momento alto para os estudantes de música da cidade, que merecem ver o seu trabalho reconhecido”, conclui José Carlos Sousa.

 

CONCURSO INTERNACIONAL DE GUITARRA

CLÁSSICA APETECÍVEL PARA NACIONAIS E ESTRANGEIROS

O Festival Internacional de Música da Primavera dedica este ano a terceira edição do seu concurso internacional à guitarra clássica (o ano passado foi ao piano). Os dois concursos, que se repetem de dois em dois anos, “já colocaram Viseu “no mapa dos grandes concursos de projecção internacional” que se realizam no país, reconhece José Carlos Sousa.

A final do terceiro concurso internacional, a 28 de abril, encerra também o Festival de Música da Priimavera. Paula Sobral, directora do concurso, calcula que chegarão a Viseu entre 20 e 25 concorrentes, nacionais e estrangeiros. Actualmente já há inscrições vindas de Portugal, Ucrânia, Canadá e China.

O primeiro prémio é de oito mil euros e a garantia de realização de um conjunto de concertos. Há ainda o segundo e o terceiro prémios (três mil e 1.500 euros, respetivamente), o prémio do público e o prémio Melhor Português (500 euros cada).

 

© 2020 Jornal Via Rápida Press. Todos os Direitos Reservados.