Da Junta da Província, o organismo que a lançou há 74 anos, passando pela Junta Distrital nos anos 60, e depois pela Assembleia Distrital de Viseu cuja extinção provocou um período de alguma incerteza quanto à sua manutenção, a Revista «Beira Alta» «renasce» agora pela acção da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões (CIMVDL). Que acaba de assumir a edição e propriedade, na sequência da transferência da Universalidade Jurídica Indivisível da Assembleia Distrital para este organismo intermunicipal, de uma publicação de “paradigma único a nível nacional”, como sublinha o director, Alberto Correia.
“Com esta nova fase da Revista Beira Alta, a CIMVDL pretende continuar a garantir, para memória futura, que a publicação seja um veículo de afirmação de todo o território Viseu Dão Lafões, dos seus costumes, das suas tradições e das suas gentes”, lê-se no editorial da edição agora dada à estampa, assinado por José Morgado, presidente do organismo intermunicipal. Uma convicção que reforçou no dia em que foi apresentada oficialmente, na Casa do Adro, em Viseu, a edição n.º 74 relativa ao primeiro semestre de 2015.
Com uma sugestiva imagem do fotógrafo José Alfredo alusiva ao Carnaval do tradicional «Enterro do Rico Irmão» em Touro (Vila Nova de Paiva), na qual um figurante segura uma «lumieira» que integra o «cortejo fúnebre», a presente e futuras edições vão “manter o nível cultural e respeitar a linha editorial” que a caracterizou a Revista ao longo das quase sete décadas e meia que já leva de existência.
Na cerimónia, que contou com a presença de muitos autarcas e antigos e actuais colaboradores, Alberto Correia recordou e homenageou duas personalidades marcantes na vida da Revista Beira Alta: o fundador e primeiro director, Alexandre Lucena e Vale e, mais tarde, Alexandre Alves. Relevou ainda o prestimoso contributo de muitos académicos e investigadores que, em sucessivas edições, colaboraram “com um conjunto de textos que são hoje um património imaterial fantástico de toda esta região, desde a arqueologia às tradições populares, passando pelos monumentos e vivências culturais, até ao artesanato”.