Seleccionado pela Câmara Municipal no âmbito do Programa «Viseu Terceiro», entre os 16 que contemplados com um investimento de 400 mil euros, acaba de ser lançado pelo CEAR – Centro de Estudos Aquilino Ribeiro, o «Prémio Aquilino Ribeiro». Na edição deste ano o concurso incidirá sobre obras inéditas, tipo ensaio, sobre o universo aquiliano, editáveis em livro. Os trabalhos deverão ser apresentados até 30 de Setembro e o vencedor será conhecido até Dezembro de 2015. O prémio pecuniário para a melhor obra será de 10 mil euros.
Com o Alto Patrocínio da Câmara de Viseu, e o apoio das câmaras de Lamego, Moimenta da Beira, Oeiras, Paredes de Coura, Sernancelhe e Vila Nova de Paiva, o Prémio Nacional Aquilino Ribeiro, “propõem-se reconhecer aqueles que se inspiram no escritor para as suas criações, sejam elas do ramo literário ou artístico, ou até personalidades que se distingam no seu estudo, conforme for determinado anualmente”, revelou o presidente do CEAR, João Inês Vaz, em conferência de imprensa realizada no Museu Nacional Grão Vasco.
“Fundamental” para a materialização deste projecto, “foi o apoio disponibilizado pela Câmara de Viseu, no valor de 13.322 euros. “Mas é igualmente relevante o apoio concedido por outras câmaras, sem o qual não poderíamos estar aqui a anunciar este Prémio”, concretizou João Inês Vaz.
Odete Paiva, vereadora da Cultura na autarquia viseense, justifica, com o formato deste Prémio, a razão pela qual não foram financiados, na totalidade, os projectos apresentados no âmbito do «Viseu Terceiro». “Se assim fosse, não seria possível criar redes e parcerias para a materialização dos projectos e, consequentemente, a co-responsabilização seria menor”, salientou.
Inicialmente pensado para ter periodicidade bienal ou trianual, o Prémio Aquilino Ribeiro deverá ter periodicidade anual, de acordo com a vontade entretanto manifestada pelas autarquias envolvidas, embora esse seja um pormenor “ainda a discutir” entre os parceiros. Segundo a organização, pretende-se que o Prémio não seja focado apenas numa modalidade, “mas que tenha maleabilidade”, isto é, com temas diferentes a definir, ano a ano, pelas instituições envolvidas.
Ao retomar – desta vez com uma candidatura ao primeiro concurso municipal de apoio à cultura e à criatividade do concelho de Viseu -, a instituição de um Prémio que já tinha promovido em 2000 e que, “de então para cá, nunca mais voltou a reeditar”, a actual direcção do CEAR, eleita em Novembro de 2013, cumpre uma das suas propostas “imediatas: promover e concretizar uma iniciativa de âmbito nacional, relacionada com o patrono desta instituição”.
Aquilino Ribeiro nasceu a 13 de setembro de 1885, em Carregal, no concelho de Sernancelhe. É autor de obras como “Quando os lobos uivam”, “Terras do Demo”, “A casa grande de Romarigães” e “O Malhadinhas”. Em 2007, os poderes políticos, reconhecendo a importância que o escritor teve na literatura portuguesa, trasladaram os seus restos mortais para o Panteão Nacional, conferindo-lhes honras de Estado.