Antigo apeadeiro de Moselos vai acolher obra de Jorge Braga da Costa

Dezembro 3, 2015 | Cultura

A reconversão de um antigo apeadeiro da CP, na extinta Linha do Vale do Vouga, vai permitir à Junta de Freguesia do Campo instalar no local um centro de cultura e lazer e, ao mesmo tempo, homenagear e dedicar um espaço à obra do artista plástico Jorge Braga da Costa, falecido em Fevereiro deste ano. Foi o segundo projecto mais votado (860 votos) no 2.º Orçamento Participativo (OP) de Viseu, concretizando desta forma uma velha aspiração da população local, que há muito ansiava pela restauração do edifício de dois pisos, e área envolvente, localizado em Moselos, aldeia que o artista adoptou desde que se radicou no concelho de Viseu, e onde viveu ao longo de 40 anos.

Com a atribuição de uma verba de 30 mil euros – de um total de 168 mil atribuído aos sete projectos vencedores do 2.º OP de Viseu -, a reconversão em polo cultural e espaço de lazer do antigo apeadeiro da CP em Moselos, representa, segundo o presidente da Junta de Freguesia do Campo, Carlos Lima, não só a recuperação de um local de memórias para muitos dos habitantes desta localidade, mas também o reconhecimento da importância, para a história do concelho, da figura e da obra de Jorge Braga da Costa. “E vem ao encontro do desejo sempre manifestado pela família em disponibilizar à comunidade o espólio do artista”, sublinha o autarca.

Carlos Lima, que assume “sempre ter colocado a reconversão do antigo apeadeiro de Moselos como um das obras prioritárias da Junta de Freguesia”, estima que o projecto global de requalificação do velho edifício e de toda a área envolvente, num total de 5 mil metros quadrados, rondará os 100 mil euros, contando com os 30 mil atribuídos pela Câmara Municipal.

Para além da criação, no segundo piso, de um espaço de homenagem e de exposição da obra do pintor Jorge Braga da Costa, proporcionando-lhe uma maior visibilidade, aproximando-o assim da comunidade, a Junta de Freguesia do Campo pretende abrir as portas do primeiro piso a outras exposições, nomeadamente etnográficas, a actividades de dinamização cultural e multimédia, cinema ao ar livre, mini-biblioteca e ludoteca.

A área envolvente contemplará zonas verdes, espaços de convívio e lazer, parque de merendas, parque infantil, e de ginástica de manutenção. Uma obra que representará também, segundo Carlos Lima, um “ponto obrigatório de descanso e reabastecimento para os utilizadores – ciclistas e caminhantes – da projectada ecopista do Vouga”.

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