“E se todos tivéssemos a chave mestra do Teatro Viriato?». É com este gesto, ao mesmo tempo simbólico e significante que a artista plástica e cenógrafa Ângela Rocha convida os viseenses a homenagear o Teatro, criando a exposição “O Teatro também é a nossa casa”. Inaugurou no dia 28 de Fevereiro e ficará exposta até ao final de dezembro de 2025.
A artista criou uma instalação interativa, uma réplica do edifício do Teatro Viriato, que através de uma escala minuciosa convida os visitantes a descobrir pequenos mundos evocando sobretudo o lado humano e lugar de possibilidades que caracteriza o Teatro.
“Esta instalação artística surge a partir do convite feito pelo Henrique Amoedo e da Maria João Rochete ainda no final do ano 2023, a propósito das comemorações dos 25 anos do Teatro Viriato. O desafio lançado deixava muita liberdade de criação. A premissa seria conceber uma instalação artística para o foyer a homenagear os 25 anos do Teatro Viriato e reforçar a importância de diversificar formas do público habitar e conviver com o lugar do Teatro. Alimentava-se a vontade de que pudesse ser interativo e que fosse apelativo para qualquer idade”, explica a Ângela Rocha.
Através de uma escala em miniatura, os visitantes são desafiados a descobrir 25 universos. Em cada janela ou porta uma partilha, inspiração ou alimento à imaginação, um convite implícito à exploração e ao imaginário. A instalação evoca um diálogo intimista e pessoal entre o público e o Teatro. O seu interior, artesanalmente construído, utiliza materiais provenientes do Teatro, para que a sua história lhe seja inerente. A escala reduzida implica sempre uma relação de proximidade. Esta premissa é comum à própria missão do Teatro com a sua Comunidade.
“A relação de proximidade e diálogo direto entre corpo e matéria é algo que me tem vindo a interessar cada vez mais no meu trabalho. E este convite vem proporcionar a continuidade da sua abordagem. Enquanto cenógrafa de espetáculos de teatro, habituei-me a que o ator se encontre no centro da ação, mas a minha intuição interroga-se muitas vezes, como seria dar o papel principal ao espectador. Dar a ação ao público parece-me cada vez mais pertinente. A importância da manualidade é outra característica comum ao projeto que tem vindo a ser transversal na minha abordagem artística e profissional”, refere Ângela Rocha.
A construção da réplica esteve a cargo da empresa Movecho, mecenas do Teatro Viriato.